Go Crazy: A banda sonora de “Bohemian Rhapsody” traz (boas) novidades

O cronista da NiT está em estágio para a estreia de Bohemian Rhapsody e traz a review da banda sonora lançada ontem

O filme estreia só para a semana, mas a banda sonora do “Bohemian Rhapsody” já aqui está e na boa demência que é isto de ser um fanático do Queen, já vos trago a review do que devemos ouvir no filme da vida de Freddie Mercury.

O álbum começa com o jingle da 20th Century Fox interpretado pelo Brian e pelo Roger e é impossível não ficar logo aos saltos na cadeira. Depois da versão do hino britânico que apareceu no álbum “A Night At The Opera” (1975) e da marcha nupcial no “Flash Gordon” (1980), os rapazes não podem ficar por aqui e sugiro já a reinterpretação do hino nacional, do hino do Benfica e do hino do Jardim Escola João de Deus. Desta forma todos os hinos da minha vida ficam sob o tratamento do Dr Brian.

Aparentemente não havia gravações de arquivo dos Smile — a banda de Brian, Roger e Tim Staffel que deu origem ao Queen — que se pudessem salvar e por isso os rapazes foram para estúdio com o Tim passados quase 50 anos e regravaram “Doin’ All Right” (é sem o “g”, ó Brian!). É bem, Bri. É bem.

Uma das grandes novidades da banda sonora é a versão ao vivo de “Fat Bottomed Girls” gravada em Fevereiro de 1978 em Paris e lamentavelmente excluída do subsequente álbum ao vivo “Live Killers”. Ora, o que acontecia neste segmento do louco show do Queen nesta tour é que entravam em palco dezenas de miúdas nuas em bicicletas enquanto a banda tocava (é audível o entusiasmo de Freddie na gravação). Isto deixa antever que vamos ter alguma ousadia (e alguma nudez!) no filme. Será que o Dr. Bri deixou?

Não consigo ainda acreditar que o filme tem o atrevimento de mostrar o Brian a compor o “We Will Rock You” com o Freddie de bigode. Para quem não sabe, o Freddie deixou crescer o bigode em Março de 1980 (a primeira aparição num disco foi no single de “Play The Game” em Maio desse ano) e “We Will Rock You” foi gravado no verão de 1977 para o álbum “News Of The World”, quase TRÊS ANOS ANTES! Então, Brian?

Eu sei que os fãs do Queen aceitam tudo o que lhes pões à frente (começando por mim), mas não somos assim tão tapadinhos. Espero bem que o moustachegate (tinha que cunhar algum nome para este verdadeiro escândalo) seja a única grande aldrabice temporal do filme. Mas espera aí. Na banda sonora o “Bohemian Rhapsody” (de 1975) aparece DEPOIS de “Fat Bottomed Girls” (de 1978)! Tu queres ver?

Um dos pontos altos do disco é a versão de cortar a respiração de “Love of My Life”, gravada no primeiro Rock In Rio em 1985 e cantada em plenos pulmões por 250 mil pessoas. É um dos pontos altos da história do Queen, que aparece aqui pela primeira vez em disco. E eu estou felicíssimo, uma vez vou poder usar isto para o London Calling da próxima semana sobre o Queen ao vivo nos anos 80. Aliás, o London Calling já está em estágio para o evento cinematográfico do ano desde a última semana, com a primeira parte do especial Queen: A Concert Through Time And Space dedicado aos anos 70.

Outro ponto alto da banda sonora é a também estreia em disco da aparição do Queen no Live Aid em 1985. São 23 minutos que para algumas pessoas representam o pináculo de toda a existência humana. Para mim, por exemplo. É com esta cena que o filme (alegadamente) termina e eu espero que sim. Não vejo melhor final para um filme do Queen que a coroação de Freddie.

Em suma, é uma bela banda sonora, muito mais-do-mesmo como seria de esperar, mas com novidades mais do que suficientes para atrair o fãs do Queen a comprar o disco. E mais importante que tudo, abre o apetite sobre o filme que aí vem.

Já sabem a minha previsão do que vai acontecer. O Dr. Brian May quer fazer um filme lavadinho para proteger a imagem e o legado do Queen. Está no seu direito. Eu faria de forma diferente, mas neste momento já não me preocupo com isso. Estou tão eufórico com a chegada do filme, com os cartazes nos autocarros, a Pop Up Shop na Carnaby Street e agora esta banda sonora, que estou apenas a saborear tudo. É para estes momentos que um fã do Queen vive.

 

Fonte: https://nit.pt

 

 

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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