Falta de ritmo mata biografia de Freddie Mercury

Freddie Mercury é inegavelmente uma das figuras mais marcantes da cultura pop no século 20: grande cantor, sucesso fonográfico absoluto, dono de uma presença de palco impressionante, figura espalhafatosa no vestir e agir, gay e vítima da Aids. Os motivos pela busca de um maior conhecimento são muitos e certamente haverá uma boa procura por “Freddie Mercury – A Biografia”, lançado pela editora Record. Mas o livro está à altura da expectativa?

A autora da publicação é Laura Jackson, escritora que há duas décadas vive de desenvolver biografias de astros da indústria cultural – como Jon Bon Jovi, Steve Tyler, Kiefer Sutherland, Mick Jagger… Além de Mercury, escreveu ainda sobre Brian May e o próprio Queen (veja mais no site laurajacksonbooks.com).

Sua experiência é inegável e realmente muitos detalhes sobre o biografado estão colocados ali por meio de entrevistas com dezenas de pessoas próximas a ele. Mas a narrativa da escritora está longe de ser agradável.

Repetição

A biografia de Mercury tem 288 páginas, mas certamente poderia ser mais condensada. A necessidade de incluir opiniões de terceiros sobre o vocalista do Queen é tão presente ao longo de todo o texto, que a ação e os fatos relevantes acabam muitas vezes relegados a um segundo plano.

Um exemplo disso são os inúmeros depoimentos sobre o fato de os amigos não perceberem a bissexualidade de Mercury antes da fama – vale lembrar que o artista foi casado com sua melhor amiga e primeiro amor, Mary Austin. Num primeiro momento, é interessante para o leitor observar que os amigos não sabiam que o artista sentia atração por homens, embora desconfiassem. Mas depois que o recado é dado, não é mais necessário a autora voltar ao assunto tantas vezes – sempre que há voz de um novo entrevistado, aparece um comentário sobre a orientação sexual do biografado.

A biografia também tem seus pontos altos, obviamente. O principal deles é mostrar ao leitor que Mercury era bastante reservado em sua vida particular e como cada passo dado por ele na carreira artística teve como objetivo a fama e o reconhecimento popular. Um homem que trilhou o caminho com energia e criatividade.

Fonte: www.hojeemdia.com.br

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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