Rock in Rio: Em 1985, lama do festival tornou-se item de colecionador

Na semana que antecedeu o primeiro Rock in Rio, em 1985, uma paranoia baixou na capital fluminense: a cidade provavelmente iria entrar em colapso com o festival, e tudo iria parar. André Midani, executivo da indústria fonográfica, me convidou para almoçar uma semana antes do evento para conversarmos sobre os artistas da gravadora que ele presidia (a Warner) e que viriam ao Brasil, mas não se falou em outra coisa na mesa: engarrafamentos, alternativas aéreas de helicóptero, Rio parado. Caos.

O que ninguém previu –nem mesmo a meteorologia– foi o lamaçal que tomou conta da Cidade do Rock. E, para alguns, foi uma espécie de “plus” do festival. Tanto que havia flanelinhas perto de hotéis vendendo terra em sacos plásticos garantindo que era a “legítima lama do Rock in Rio”.

Numa entrevista, Brian May, guitarrista do Queen, me disse: “Sabemos que o Brasil é um país tropical e, em março de 1981, quando fomos proibidos de tocar no Maracanã [pelo então governador Chagas Freitas], choveu também. A chuva faz parte da paisagem de países tropicais e estamos preparados para isso”.

Nina Hagen também disse aos jornalistas que “se chover vai ser melhor para todo mundo, vai aliviar o calor”. Chris Squire, do Yes, durante uma feijoada, era só sorrisos e me disse: “A gente já tocou até debaixo de raios. Não vai ser uma chuvinha de verão no Rio que vai tirar a nossa empolgação de tocar aqui”.

E de 11 a 20 de janeiro choveu pesado. Assim como em Woodstock, em 1969, a lama virou um ícone. Tanto que quando Roberto Medina –que não gostou do lamaçal– resolveu as questões de drenagem nas outras edições do Rock in Rio, teve gente reclamando e pedindo a lama de volta. Até hoje.

O Rock in Rio de 1985 foi realizado num terreno de 250 mil metros quadrados na Barra da Tijuca, na divisa com o bairro de Jacarepaguá, e contava com o maior palco do mundo já construído até então: com cinco mil metros quadrados de área, além de dois enormes fast foods, shopping com 50 lojas, dois centros de atendimento médico e uma grande infra-estrutura para atender a quase 1,5 milhão de pessoas –o equivalente a três Woodstocks.

Pior do que lama, chuva e confusão do trânsito, foi o ataque do então governador do Estado do Rio, Leonel Brizola, que anunciou, em plena época do festival, que iria demolir a Cidade do Rock assim que terminasse o evento. Muita gente achou que era piada. Mas não era.

Fonte: www.boainformacao.com.br
Dica de: Roberto Mercury

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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