Aos 40 anos, Queen ganha exposição, filme, documentário e uma série de discos

LONDRES – Eu nao vou ser uma estrela, eu vou ser uma lenda.” Foi sem modéstia que, há exatos 40 anos, Freddie Mercury – com Brian May, Roger Taylor e John Deacon – iniciava a banda que mudaria o cenário do rock. O grupo, severamente atacado pela crítica por seu estilo musical supostamente ridículo e teatral, provou ser o preferido do público a cada novo álbum lançado: foram 18 a alcançar o topo das paradas, 150 milhões de cópias vendidas e 700 apresentações pelo mundo.

Mesmo após o fim, o sucesso continua – como prova o musical “We will rock you”, em cartaz no circuito londrino desde 2001, que mantém vivas as melodias do quarteto e já soma mais de 12 milhões de ingressos vendidos. O valor do Queen para a música parece imensurável, e o aniversário de sua formação está sendo comemorado à altura.

A curiosa história dos seus primeiros anos é tema da exposição “Stormtroopers in stilettos: The early years”, que acaba de passar por Londres, onde terminou no último sábado, e agora percorrerá as principais cidades do mundo durante o “ano Queen” – o Brasil está na lista, mas ainda não há confirmação.

Além disso, dois discos de “Greatest hits” foram relançados, e novas edições dos cinco primeiros álbuns da banda chegam às lojas remasterizados no fim deste mês, cada um trazendo gravações extras como bônus. Também serão lançadas três compilações de lados B, incluindo uma das canções mais populares cantadas pelo baterista Roger Taylor, “I’m in love with my car”.

Exposição revela bastidores do início da banda

Tem mais. No cinema, Hollywood inicia as filmagens da biografia de Freddie Mercury, escrita por Peter Morgan (de “Frost/Nixon” e “A rainha”), estrelada pelo ator britânico Sacha Baron Cohen (de “Borat”) e produzida pela produtora de Robert De Niro. E, na TV, a BBC prepara para junho um documentário com entrevistas inéditas de Brian May e Roger Taylor.

Montada em um antigo depósito na famosa rua Brick Lane, em Londres, a exposição revela os bastidores do começo da história do Queen em detalhes, desde antes da formação, em 1971, até o histórico show gratuito para 250 mil fãs no Hyde Park, em 1976. Antes do Queen, o jovem Farookh Bulsara (nome real de Freddie Mercury) vendia roupas e quinquilharias no badalado mercado do bairro de Kensington, até encontrar o guitarrista Brian May e arriscar a criação de uma banda. Na época, sua clientela na feira incluía nomes como David Bowie, Jimmy Page e os Rolling Stones.

Um passeio pela mostra ajuda a entender a história por trás dos primeiros cinco álbuns da banda e do ícone Freddie Mercury, que nasceu em Zanzibar, na Tanzânia, e mudou-se para o Reino Unido com o objetivo de estudar moda, largando tudo mais tarde devido à sua obsessão pelo rock’n’roll.

“Ele assistiu a Jimi Hendrix 14 noites seguidas em diferentes bares”, disse Roger Taylor sobre Mercury em entrevista recente. “Nós nos entendemos imediatamente. Tínhamos o sonho de trabalhar numa banda, mas a única maneira de viver naquela época era vendendo o tipo de roupa excêntrica que adorávamos vestir”, contou Taylor sobre a vida nos tempos em que o sucesso era apenas um sonho.

Por meio de vídeos, gravações, rabiscos de letras de músicas, LPs, imagens do fotógrafo Mick Rock e extravagantes figurinos usados por Freddie durante suas turnês, a exposição é pura nostalgia. A maioria das imagens exibidas veio do arquivo do guitarrista Brian May.

“Eu costumava ficar envergonhado ao ver estas imagens, mas me sinto melhor atualmente. É como olhar para as minhas crianças”, confessou o guitarrista em recente entrevista.

Murais pela exposição contam o esforço da banda em busca do sucesso, como nos depoimentos de produtores e engenheiros de som que lembram os longos turnos de 15 horas em estúdio.

“Mercury e May praticamente não se moviam da mesa de som”, conta um colaborador de estúdio. A banda, que conseguiu um contrato com a gravadora EMI em 1972, fracassou com o lançamento do primeiro single e álbum.

“Foi traumatizante”, confessa Taylor. “Nós sempre tivemos medo de ficar para trás. Levou tanto tempo para termos algum sucesso…”, declara o baterista.

Já na revista “Time Out”, o fotógrafo Mick Rock comparou a enorme confiança do Queen com a de Lady Gaga:

“Desde o início eles sabiam que seriam uma banda gigante. Foi como quando eu conheci Bowie pela primeira vez, ele emanava confiança; algo que encontrei recentemente em Lady Gaga. Eu a conheci seis meses antes de seu enorme sucesso, e ela me disse: ‘Em alguns meses eu serei um estouro mundial’.”

A banda que certa vez teve suas músicas descritas como “lâminas descartáveis” pelo próprio líder – “Use-as, querido, depois as jogue fora” – está mais por cima do que nunca.


Fonte:  http://oglobo.globo.com

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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