DVD Q+PR Live In Ukraine – Megalomania de mais e novidades de menos

Bem antes de o U2 estrear a “Zoo TV Tour”, em 1992, existia uma banda que adorava fazer shows megalômanos. Na verdade, os que dizem que o U2 inaugurou essa tendência das grandes turnês, certamente, não parou para pensar que o Queen já fazia isso com, pelo menos, dez anos de antecedência. Para se ter uma ideia, todo o aparato de iluminação da “Works Tour” (1984/85) serviu para os demais artistas que subiram ao palco da primeira edição do Rock in Rio, em 1985. Isso porque, não haveria tempo suficiente para fazer a troca do jogo de luzes. A verdade é que, àquela época, quando o U2 engatinhava em seu quarto álbum (“The Unforgettable Fire”), lançado um ano antes do festival (que já foi) carioca, a coisa já era grandiosa para o Queen.

Dessa forma, nada mais justo que o Queen, agora acompanhado do cantor Paul Rodgers, lance um DVD com o registro de um show filmado em uma praça pública na Ucrânia, com um público estimado em 350 mil pessoas. Toda a grandiosidade da apresentação pode ser checada nesse vídeo, com ótimas tomadas do sempre eficiente diretor David Mallet.

O problema desse show na Ucrânia é que ele foi o terceiro da turnê do Queen + Paul Rodgers que varreu a Europa até o seu encerramento no Brasil, em novembro do ano passado. Ou seja, a banda não estava suficientemente entrosada, e o repertório também ainda não era o oficial, que se firmou no decorrer da turnê. Assim, canções como “A Kind Of Magic” e “Radio Ga Ga” ficaram de fora. E isso sem contar com o fato de que apenas três canções do álbum que ora estava sendo divulgado, “The Cosmos Rocks”, entraram no repertório.

Mas, levando-se em conta o fato de os sucessos que entraram no decorrer da turnê já estarem presentes no DVD “Return Of The Champions” (2005), bem como o fato de “The Cosmos Rocks” ser um álbum bem mediano, a opção de privilegiar o belo visual ucraniano mostrou-se acertada. Ou seja, temos mais um megalômano DVD do Queen. E, a partir do momento em que o nome da antiga banda de Freddie Mercury está em jogo, nada mais justo e correto que o vídeo seja megalômano mesmo.

E quem curtiu esse encontro de Brian May e Roger Taylor com Paul Rodgers, um dos maiores cantores da história do rock, não vai se decepcionar. Aliás, pode até se decepcionar um pouco pela quantidade de músicas repetidas do DVD anterior, “Return Of The Champions”. Muita coisa aparece de novo aqui. “Tie Your Mother Down”, “Love Of My Life”, “39″, “Crazy Little Thing Called Love”, “Bohemian Rhapsody” (com Freddie Mercury no telão novamente), “I Want It All”, “We Are The Champions”… Uma pena, tendo em vista o tamanho do repertório do Queen que poderia ser mais bem explorado na voz de Paul Rodgers.

Os momentos, digamos, diferentes acabam sendo poucos, como as novas “Cosmos Rockin’” e “C-lebrity”, além da comovente “Bijou” (com nova participação virtual de Freddie) e do belo solo de bateria de Roger Taylor. As canções fora do repertório do Queen também ganham nova fôrma, como, por exemplo, “Bad Company” e “Seagull”, ambas do repertório do Bad Company, banda de Rodgers e que voltou a se reunir recentemente.

Enfim, se você curte ver Paul Rodgers a frente do Queen, e também não espera nada de novo desse encontro, mas apenas curtição, “Live In Ukraine” é uma grande pedida. Caso contrário, melhor não perder o seu tempo.
Fonte: www.sidneyrezende.com

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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There are 3 comments

  1. Ver um showzaço repleto de qualidade, para mim, não é perca de tempo. Se tiver música repetida ou que ficou de fora, problema daquele que acha que enjoa. Se tiver música repetida, pelo menos procuro verificar se melhorou com o passar dos anos. Esse DVD vai ser uma das lembranças pela excelente passagem de Paul pela banda. Sinceramente, não gostei muito da crítica feita pelo Sidney Rezende.

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  2. Eu vi esse show no cinema no ano passado, apesar de ter concluído que cinema não é o melhor lugar pra se ver um show do Queen, não me arrependi de ter ido, mas achei imperdoável A kind of magic ter ficado de fora…

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  3. Sinceramente, nunca achei A Kind of Magic uma música para ser tocada ao vivo: maior parte da “magia” da música vem dos efeitos de estúdio.

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