Queen e Paul Rodgers vêm ao Brasil ressuscitar alguém?

Novo disco e novo show da banda inglesa podem ajudar a diagnosticar o estado de vida do rock’n roll

Por Mourão Paiva –

Está anunciado: o Queen virá ao Brasil e fará show em São Paulo, no Via Funchal dias 26 e 27 de novembro. Para os fãs da banda a notícia é fantástica. Ouvir o grupo que não se apresenta na América do Sul desde 1985 será a glória para seguidores da banda. Já para o restante do público brasileiro fica um ponto de interrogação quando se pensa “quem é o Queen”. O fenômeno não está restrito ao grupo, mas talvez ao rock que, para alguns faleceu com parte de seus ídolos.

A banda inglesa marcou a história do rock, em grande parte, graças à figura de seu antigo vocalista, Freddie Mercury. O cantor era carismático, cantava muito bem, era performático, um astro da música que morreu cedo por causa da Aids, como outros de sua época.

Com o novo álbum e a nova turnê – em que os remanescentes do Queen se juntaram ao vocalista Paul Rodgers – a memória de Mercury não foi abalada em nada, assim como a do grupo, que se fortaleceu pela qualidade do novo trabalho.

Para evitar tropeços de identidade, Brian May (guitarra) e Roger Taylor (bateria) mantiveram o nome Queen separado do vocalista Paul Rodgers. Resultado: o disco “The cosmos rocks” é assinado por “Queen+Paul Rodgers”. E as dezesseis músicas refletem exatamente a união dos três músicos. Percebe-se a pegada de um blues americanizado de Rodgers, suave quando o deve ser e forte também, a guitarra de May, clássica mas sem tons de repetição, e principalmente a batida impactante nas melodias e letras de Taylor – o baterista pode ser visto, hoje, como o líder ideológico e musical do Queen.

No momento em que parte da crítica afirma haver uma popização do rock, o Queen e seu amigo Paul Rodgers mostram a importância dos sessentões do rock como exceções a esta possível regra. O grupo gravou canções relevantes para a atual conjuntura mundial. Em um nível artístico, “C-lebrity” as celebridades que não acrescentam nada são bombardeadas. Outras questões também são abordadas em “Warboys”, “Surf’s Up….School’s Out” e, inclusive o próprio rock, que é tido como imortal em verso de “Still Burnin” em uma espécie de metamusicalidade.

O show da turnê mundial promete ao público interrogativo brasileiro tirar suas dúvidas ao ouvir os clássicos do Queen, ainda que pela voz de Rodgers. Já dúvidas se o rock morreu com alguns de seus ídolos ou com sua comercialização também podem ser tiradas, não a partir de um álbum ou de um show. Mas ouvir com atenção o que a experiência tem a dizer pode ser um bom início na busca pela resposta.

Mourão Paiva é jornalista e enviou sua crítica por e-mail para Redação Queen Net de Jornalismo

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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