Max Cavalera fala sobre o Queen em entrevista

Metal Descabaçation: Max Cavalera fala de suas “primeiras vezes”

Fundador do SEPULTURASOULFLY e CAVALERA CONSPIRACY, MAX CAVALERA revela para a revista Metal Hammer como um show do Queen em 1981 mudou sua vida e como três fãs do Motörhead foram os primeiros a simpatizar com o Sepultura.

 

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Qual foi o primeiro disco que você comprou?

“Foi o ‘Live Killers’ do Queen. Eu acho que tinha uns 11 anos de idade na época. Era 1981 e o Queen veio ao Brasil para tocar em São Paulo. Um primo nosso levou a mim e a Igor para o show, e nós adoramos – ficamos pirados! No dia seguinte, eu fui até uma loja para achar qualquer coisa do Queen, e encontrei uma fita cassete de ‘Live Killers’. Igor comprou ‘Alive’, do Kiss também. Essas foram as duas fitas cassete que tínhamos no começo, e nós as ouvíamos sem parar. Alguns anos depois, esse mesmo primo nos apresentou aos RamonesOzzy Osbourne e Accept também. Na verdade, teve uma vez que ele estava tentando fazer com que eu me endireitasse e fosse um bom garoto, então ele me chantageou e disse que se eu cortasse meu cabelo, ele me daria o disco que eu quisesse. Eu queria ‘Ride The Lightning’, do Metallica, e acabei cortando meu cabelo por uma cópia, mas o cabelo cresceu de volta, e eu fiquei com o LP, então valeu a pena. No Brasil, dizemos que ‘se cabelo fosse importante, não cresceria na bunda! ’ Haha! Mas O Queen foi a primeira banda que eu descobri, eu sempre gostei de Queen. Não havia nada que aquela banda não pudesse fazer – eles faziam de tudo! E vê-los no auge em 1981 foi demais. “

Qual foi o primeiro single que você comprou na vida?

“Isso foi depois, e eu acho que foi ‘Haunting The Chapel’, o EP do Slayer. Você tem que tocar os singles a 45 rpm, certo? Mas nós o tocávamos a 33 e o som ficava lento, tipo Venom! Era incrível! Um amigo nosso levantou a lebre, ‘Eu acho que vocês estão tocando errado essa coisa’ e nós mudamos para 45 rpm e ficou ainda melhor. ‘Chemical Warfare’ ainda é uma de minhas canções favoritas de todos os tempos. “

Qual foi o primeiro show que você foi na vida?

“Foi esse do Queen em São Paulo em 1981. Nós não curtíamos música antes daquilo – éramos mais interessados em futebol. Mas aquele show do Queen mudou tudo porque tinha a energia do futebol, mas com algo a mais, que era o rock. Pra mim aquilo era muito empolgante, e aquele show mudou minha vida. No Brasil, naquela época, só havia um show internacional por ano, e depois que o Queen veio, rolou The Police, Van Halen e Kiss. Eu não vi nenhum desses, mas eu vi ao Queen. Eles foram os pioneiros do rock de arena, e Freddie Mercury era o mestre. Ele simplesmente sabia como controlar o show e fazer com que a plateia dissesse o que ele queria. El tinha carisma, voz, ele tinha tudo, cara; foi uma merda quando ele morreu. Eu sempre respeitei muito ao Queen. “

Qual foi o primeiro show que você tocou na vida?

“Na verdade, achamos algumas fotos do primeiro show do Sepultura dia desses, e nós a usamos para fazer um passe na turnê do Cavalera Conspiracy. Eu e Igor com lápis nos olhos, e Igor está com um capacete do Ozzy na cabeça. É uma foto muito engraçada! O show foi em um bar pequeno em Belo Horizonte e só tinha umas 20 pessoas lá. Das 20, três caras estavam com camisetas do Motörhead e eram os únicos que gostaram do que estávamos fazendo. Era apenas barulho na verdade – o Napalm Death ficaria orgulhoso! A minha guitarra estava totalmente desafinada, e o baixista nem apareceu, então era um power trio – eu na guitarra desafinada, Igor na bateria e Wagner Lamounier, nosso primeiro vocalista, na voz. Mas foi o começo, e nós tínhamos essa sensação no palco que nos dava a gana. Depois daquilo, queríamos mais. “

Como foi a primeira turnê do Sepultura?

“Essa foi com o Sodom, em 1989. Nunca tínhamos saído do Brasil antes, e tínhamos acabado de lançar ‘Beneath The Remains’. As pessoas estavam amando aquele disco, e fomos convidados para abrir para o Sodom na turnê europeia deles daquele ano. Eles estavam promovendo ‘Agent Orange’, que havia vendido muito bem na Europa, e os shows estavam lotados. Nós tocamos em lugares excelentes como o Marquee de Londres e o Gibus Club em Paris, muita gente disse que nós superamos em muito o Sodom, mas eu não sei. Eu gostava do Sodom e achava que eles eram uma banda boa, e todos nos demos muito bem – eles eram legais. Foi uma grande experiência como um todo. O momento mais chocante para mim foi chegar de ônibus em Viena e ver todas as camisetas do Sepultura. Nós não acreditávamos que as pessoas estavam usando nossas camisetas, não estávamos acostumados com aquilo, No Brasil, apenas nossos amigos vestiam nossas camisetas – nós não tínhamos um grupo de seguidores ou nada do tipo. Então aquela foi a primeira vez que nós meio que ficamos chocados, entende? Tipo, ‘Wow, isso está mesmo acontecendo, cara! Estamos entrando pra liga profissional agora! ’ Foi um período muito empolgante. “

Fonte: http://whiplash.net/  

Dica: Roberto Mercury

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