Luz, câmera, ação: a vida representada na tela

Com o surgimento do rock e sua associação ao cinema, o caminho para as cinebiografias foi algo natural

Com a apropriação da música pop pelo cinema e vice-versa, nada mais natural que artistas e suas bandas tenham ido parar na telona. No início, a estratégia tinha viés essencialmente comercial – o filão do público adolescente era lucrativo, então pouco importava se a trama ou as atuações fossem ruins, desde que os cantores pudessem mostrar seu último hit e, assim, vender álbuns e alavancar suas carreiras.

Os produtores do filme também ganhavam, pois a presença desses astros garantia bilheteria polpuda. Basta lembrar, por exemplo, a longa sequência de títulos estrelados por Elvis Presley, que fez mais de 30 filmes questionáveis entre 1956 e 1969, como “Ama-me com ternura” (Love me tender, 1956) e “O seresteiro de Acapulco” (Fun in Acapulco, 1963). O Rei do Rock foi um dos primeiros a firmar parceria com o cinema.

Apenas na metade dos anos 1960 é que o uso da música pop pelo cinema foi levado mais a sério, indo além do esquema de apinhar as produções com números musicais intercalados por um enredo que servia unicamente de pretexto.

“Ao longo da história, as indústrias cinematográfica e fonográfica começaram a se confundir e, hoje, ambas fazem parte de grandes conglomerados de entretenimento. Essa sinergia não se dá apenas de modo comercial, mas afeta esteticamente ambas”, explica o jornalista Fábio Freire.

Nesse momento, o caminho para as cinebiografias foi algo natural – qual fã não gostaria de ver a trajetória de seus ídolos revivida nas telas? As cinebiografias de astros pop são descendentes diretas do estreitamento da relação entre música pop e cinema. Se a música está cada vez mais presente narrativamente, por que não abrir espaço para ela também tematicamente, dedicando filmes para contar histórias relacionadas a esse universo?”, questiona Freire.

Baseado em fatos reais

Para o jornalista, dentro da lógica atual de midiatização de tudo, não é de se espantar que a lista de produções sobre astros pop seja cada vez maior. “Tina Turner, Johnny Cash, Ray Charles, Jim Morrison, Billie Holiday, John Lennon, todos já ganharam suas cinebiografias. A música pop não é só um elemento narrativo para o cinema, ela é também uma fonte temática bastante interessante”, avalia.

Dos punks do Sex Pistols – nos filmes “Sid & Nancy – O Amor Mata” (Sid and Nancy, 1986) e no mockumentary “The Great Rock ´n ´Roll Swindle” (1980) – à chansonnier Edith Piaf, em “Piaf – Um Hino ao Amor” (La Môme, 2007), passando por lendas norte-americanas como The Doors (em “The Doors – O Filme”, 1991), Ray Charles (“Ray”, 2004), Bod Dylan (“Não estou lá”, 2007) e David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed (em “Velvet Goldmine”, 1998), forem inúmeros os artistas que ganharam versões cinematográficas para suas vidas e carreiras.

No Brasil, o gênero é representado por títulos como “Cazuza – O Tempo não Para” (2004), “2 Filhos de Francisco – A História de Zezé di Camargo e Luciano” (2005), entre outros, além de alguns trabalhos para TV, como “Maysa – Quando fala o coração”. Para 2012, já está confirmada a filmagem da cinebiografia de Cássia Eller.

Em julho próximo, estreia “Somos Tão Jovens”, dirigido por Antonio Carlos Fontoura, sobre a vida de Renato Russo, líder do Legião Urbana. Lobão também deve ganhar espaço nas telas, após vender os direitos de sua biografia “Lobão – 50 anos a mil”, lançada no final de 2010, para o produtor Rodrigo Teixeira. Dois mil e doze, aliás, será um bom ano para filmes sobre músicos e bandas, com a realização de filmes sobre Elvis Presley, Jeff Buckley e Freddie Mercury, para citar alguns. A cinebiografia do Rei do Rock deverá se chamar “Name and Fortune”, e marcará os 35 anos de sua morte, completados em agosto próximo. O roteiro será baseado no livro “Still Taking Care of Business”, escrito por seu amigo Sonny West.

O cantor Jeff Buckley (morto por afogamento acidental em 1997) receberá duas homenagens este ano. Enquanto “Greetings From Tim Buckley” não conta com apoio da família do artista e aposta em Penn Badgley (da série Gossip Girl) para protagonista, o segundo filme, ainda sem nome confirmado, terá produção executiva da própria mãe de Jeff, Mary Guibert, além de direção Jake Scott (filho de Ridley Scott) e o ator, cantor e compositor Reeve Carney no papel principal.

Já a cinebiografia de Mercury (vocalista da banda britânica Queen, falecido em 1991, por consequências da Aids) começará a ser rodada nos próximos meses. O comediante Sacha Baron Cohen (“Borat”, “Brüno”) vai interpretar o astro. O filme vinha sendo especulado há tempos.



Fonte: www..globo.com

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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