New Max, do Expensive Soul, cita Queen em entrevista

Em entrevista, New Max, do Expensive Soul, cita o Queen e a música Bohemian Rhapsody. Veja o trecho:

Tu vens de uma família de músicos e a tua mãe até entra no disco…
A minha mãe participa na «América Eléctrica», naquela parte fadista. Foi o meu baixista que sugeriu umas guitarras portuguesas na canção. Eu tinha comprado uma, fui à internet ver a afinação e pensei logo na minha mãe. Foi um orgulho para mim e para ela. Nunca teve uma carreira porque tinha filhos e os tempos eram outros. A aceitação era diferente. O meu pai ainda toca no Casino de Espinho. Em casa, eu e o meu irmão (Hugo Novo, dos GNR e Loopless) sempre tivemos música. Lembro-me de o meu irmão estudar e de o meu pai ensaiar na sala com a minha mãe. O que me fez mudar o sentimento pela música foi o «Bohemian Rapsody» dos Queen. Depois, tive uma fase reggae em que só ouvia Bob Marley. Noutra altura, ouvia Jamiroquai. Depois, comecei a fazer uns beats e o Demo convidou-me. Daí surgiram os Expensive Soul.

E onde é que aparecem os Queen no «Phalasolo»?
A influência dos Queen está no «América Eléctrica» e na «Marcha». São as harmonias e as guitarras. Essas são as marcas dos Queen. Também sou grande fã dos Beach Boys.

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Veja entrevista completa

Entrevista com New Max: Alma Cara
Davide Pinheiro

O primeiro disco português de 2009 começou por ser uma «pasta sem nome» no computador de New Max, o cérebro dos Expensive Soul. «Phalasolo» é um acto de resistência à tão falada crise.

Como é que apareceu a ideia de um álbum a solo?
Foi há três anos. Tenho um estúdio em casa e vou arrumando as coisas numa pasta. Esta não tinha nome. Fiquei com vinte e tal muitas músicas. Nos últimos meses, por necessidade própria, juntei tudo.

Mas o universo não é assim tão diferente dos Expensive Soul…
É mais alternativo. Nos Expensive Soul, tudo são canções. O meu disco é mais cantado. Não é tanto para adolescentes como os Expensive Soul. O fundamental neste álbum é a soul. Expensive Soul é mais R&B. Este é mais pessoal.

O «Phalasolo» surge num momento em que a soul voltou ao mainstream…
Sim, por causa da Amy Winehouse. O que eu oiço mais são coisas mais antigas como Al Green. Pessoal de 60 e 70. Estas foram as referências para o «Phalasolo». Há cinco anos, quando comecei a ouvir este som, parti dos nomes do presente: D`Angelo, Common e só depois é que percebi a origem. No disco, tentei ir à raiz e acrescentar alguma coisa moderna. Os artistas novos como a Amy e a Duffy foram todos para trás e tentaram fazer uma cópia. A Amy será a mais actual mas, por exemplo, o Raphael Saadiq (produtor) vai buscar muito à Motown. Eu tentei fazer isso mas com mais hip hop e funk. Coisas maisupbeat e rápidas.

E os Expensive Soul?
Estamos a trabalhar num novo disco. Este timing [de edição de «Phalasolo»] não foi o melhor. Esta era a altura para ter saído o terceiro de Expensive só que o meu álbum atrasou. Nesta altura, somos independentes. Vamos ver se as editoras nos podem ajudar mas parece-me que não será grande coisa.

Porque é que o «Phalasolo» foi oferecido gratuitamente para download?
Tem a ver com a experiência dos Expensive Soul. Com a venda de discos, não se passa nada. As pessoas conhecem-nos mas isso não corresponde a vendas. Houve canções que tocaram muito mas nunca vendemos. E nós surgimos logo no ano em que o mercado caiu mais (2004). O «Alma Cara» vendeu 5000 cópias. Nunca ganhei nada com discos. Só com concertos e direitos de autor. A percentagem para a editora é enorme. Pensei no passo seguinte. Ou punha as canções no iTunes – o que é complicado porque os artistas portugueses têm pouca visibilidade – ou tentava outra forma de financiamento com patrocínios e outros apoios. O formato disco não vai desaparecer mas está a cair. Isto poderá ser o futuro.

Sentes-te melhor como cantor ou produtor?
Acima de tudo, sou cantor mas a faceta de produtor complementa-me. No dia em que só cantar, vou sentir falta do resto. Quando chegar aos 60 anos, posso não ter voz mas continuarei a produzir.

Tu vens de uma família de músicos e a tua mãe até entra no disco…
A minha mãe participa na «América Eléctrica», naquela parte fadista. Foi o meu baixista que sugeriu umas guitarras portuguesas na canção. Eu tinha comprado uma, fui à internet ver a afinação e pensei logo na minha mãe. Foi um orgulho para mim e para ela. Nunca teve uma carreira porque tinha filhos e os tempos eram outros. A aceitação era diferente. O meu pai ainda toca no Casino de Espinho. Em casa, eu e o meu irmão (Hugo Novo, dos GNR e Loopless) sempre tivemos música. Lembro-me de o meu irmão estudar e de o meu pai ensaiar na sala com a minha mãe. O que me fez mudar o sentimento pela música foi o «Bohemian Rapsody» dos Queen. Depois, tive uma fase reggae em que só ouvia Bob Marley. Noutra altura, ouvia Jamiroquai. Depois, comecei a fazer uns beats e o Demo convidou-me. Daí surgiram os Expensive Soul.

E onde é que aparecem os Queen no «Phalasolo»?
A influência dos Queen está no «América Eléctrica» e na «Marcha». São as harmonias e as guitarras. Essas são as marcas dos Queen. Também sou grande fã dos Beach Boys.

Os Expensive Soul trouxeram a neo soul para Portugal?
Sim, A Kika Santos apareceu muito antes de nós, embora em inglês, e passou ao lado. Nos Expensive Soul, fizemos as primeiras partes dela. Foi muito bom para nós. Nós já temos praticamente tudo em português. No fundo, fomos pioneiros da nova soul cá.

Os convidados são pessoas do teu círculo…
São as pessoas com quem me identifico e que querem mudar isto. Por acaso, estou em pré-produção com o Virgul. Não sei se vai sair este ano por causa dos Da Weasel. Ainda estamos a ver. Creio que eles vão entrar em estúdio brevemente. Voltando aos convidados, são pessoas que vão lá a casa.

E foi tudo feito em casa…
Foi tudo feito em casa. Não foi um mês de estúdio. Houve meses em que eu nem peguei nas músicas. Nos últimos meses, é que foi a sério. Havia canções com cento e tal pistas.

Como é que foi trabalhar com o Rui Reininho?
Somos amigos desde os «Revistados». Ele vive na minha terra que é Leça da Palmeira. Volta e meia vai lá a minha casa. É uma pessoa fantástica e divertida mas muito profissional. Eu lembrei-me logo de uma música para ele que até esteve para ser usada no próximo disco dos Expensive Soul. Ele foi lá a minha casa e escolheu a mesma. Dos «grandes», ele é o que está sempre aí. Vai a festas de hip hop, canta.

Que significado tem a expressão «Phalasolo»?
A ideia não foi minha. Tinha o disco pronto e faltava-me o título. Ainda por cima, não havia um tema específico. Phala é hindu e significa fruto de muito trabalho. Foi dos trabalhos mais completos. «Phalasolo» significa quase fá-lo a solo.

Até agora, houve 40 mil pessoas a descarregar o disco. É um bom número?
Não estava à espera. Toda a gente tem achado a ideia muito boa. Acho que as pessoas estão a ver as coisas de outra forma. Estou a sentir um retorno incrível. Isto é tão pequenino que temos que nos ajudar uns aos outros.
Fonte: diariodigital.sapo.pt

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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